Encontro Produtor apresenta cases de criatividade, persistência e superação

Evento serviu como motivação para quem quer abrir um negócio no segmento da agroindústria

O primeiro dia da Envase Brasil | Brasil Alimenta, nesta terça-feira, 26 de abril,em Bento Gonçalves (RS), foi dedicado à qualificação e troca de conhecimentopara agroindústrias de produções artesanais certificadas e produtores de sucos e vinhos coloniais. O Encontro Produtor reuniu quatro cases, três de cooperativas e um de empresa, que revelaram que a criatividade, a persistência e a superação realmente podem ser transformadoras e gerar bons negócios.

Jorge Luis Mariani, produtor, técnico enólogo, coordenador geral do Núcleo Serra  daRede Ecovida e presidente da Coopeg Orgânicos, tratou da ‘Agricultura orgânica na Serra Gaúcha’.A produção de orgânicos na Serra Gaúcha começou em 1999 por meio do Centro Ecológico de Ipê. Hoje a Rede Ecovidaé integrada por 31 associações e cooperativas, 300 famílias certificadas, 30 municípios da Serra, cerca de 300 variedades in natura e 70 itens agroindustrializados.

A Coopeg Orgânicos é uma delas e presidida por Mariani. Fundada em 2001, em Garibaldi (RS), reúne 53 famílias diretamente e outras 100 famílias indiretas de oito municípios.De acordo com o presidente da cooperativa, nos últimos cinco anos houve crescimento de 600% na procura por orgânicos fora e dentro do Brasil.“O desafio é convencer as pessoas que é possível trabalhar de forma natural por meio do conhecimento, com a ajuda de entidades, universidades, da tecnologia disponível. É preciso se desafiar, fácil não é, mas é possível, por isso que a troca de conhecimento é muito importante, rica”, destacou.

O sócio fundador da Ecocitrus, Ernesto Carlos Kasper,tratou do ‘Empoderamento na cadeia produtiva da propriedade ao consumo’ e fez uma importante reflexão sobre a importância dos negócios serem autossustentáveis.Em 21 anos de trabalho, a cooperativa desenvolveu projetos visando não apenas a sustentabilidade mas tambémpara serem viáveis economicamente.

A Ecocitrus fica na região do Vale do Caí e conta com 99 associados, 30 sócios trabalhadores e 78 funcionários. A cooperativa atua em três áreas: Usina de Compostagemcom capacidade de 144 mil resíduos por ano; Usina de Biogás em que os veículos dos associados são abastecidos e a agroindústria que processa sucos orgânicos, integrais e concentrados e óleos essenciais. Na agroindústria, aEcocitrus exporta seus produtos para diferentes partes do mundo. “Trabalhar diferenciais, mas também trabalhar o consumidor, ou seja, desenvolver mercado para produtos novos que gerem empoderamento”, concluiu.

A Coopernatural, apresentada pelo presidente Ricardo Edson Fritsch, surgiu em 2001 em Picada Café e hoje conta com 32 associados, mais de 100 produtos em suas cinco fábricas. Cerca de 98% da produção é vendida fora do estado do Rio Grande do Sul e cerca de 3% dos produtos são exportados, como é o caso do melado, enviado para a Áustria.“A agroindústria familiar é uma empresa enxuta. Se adiciona valor, fazemos, senão paramos de fazer. O que não geral valor, gera desperdício e em época de escassez a inovação é atender as necessidades das pessoas”, ressaltou.

Ricardo Antônio Rotta, diretor da H2Orta, inspirou os participantes por meio do tema ‘A criatividade impulsionando o negócio’em que apresentou seu case de produção hidropônica.Produtor desde 1998, Rotta destacou que as dificuldades foram muitas, mas as adaptações sugiram até atingir a sofisticação para a produção. Hoje possui áreas produtoras em Ivoti e Salvador do Sul (RS), Tijucas (SC) e Curitiba (PR). “Julgo que podemos utilizar vários aspectos para impulsionar o negócio, como os emocionais, por exemplo. Vivenciei isso ao começar a comercializar o miniagriãoAchylles, hoje um dos principais produtos da empresa, que tocou compradores por levar o nome do meu avô”.

Rotta revelou que uma tendência mundial é a miniaturização de produtos, atividade que a H2Orta já vem desenvolvendo. A novidadelançada é aminialfaceSalanova. “Ela é fácil de comer, possui volume maior de folhas, é atraente no prato, não há necessidade cortar as folhas o que evita a oxidação e dura mais do que as convencionais. São coisas que facilitam a vida do consumidor”, lembra.

A embalagem também foi um ponto destacado por Rotta. Para o empresário, esse pode ser um elemento para explorar a criatividade e atrair o consumidor. A H2Orta já utilizaembalagens oxibiodegradáveis e pretas. “Pesquisas mostram que todo produto em embalagem preta faz relação com produto premium”.Para encerrar, Rotta deu um conselho a quem deseja empreender no setor agrícola. “Coragem, criatividade, persistência e trabalho duro”.

Por fim, foi realizada uma mesa redonda para debater com os participantes integrada por representantes da EmaterAscar, Embrapa Uva e Vinho, Câmara Setorial da Oliveiras eFederação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag). A Câmara Setorial de Oliveiras realizou o lançamento da safra 2016 o azeite gaúcho.

São parceiros na realização do Encontro Produtor, a Emater-Ascar, Embrapa Uva e Vinho, Jornal A Vindima, Revista da Fruta, Fetag e Secretaria da Agricultura de Bento Gonçalves.

Foto: Gilmar Gomes

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