O espumante brasileiro ganha destaque na Envase Brasil | Brasil Alimenta

Condições climáticas e qualidade têm elevado significativamente, nos últimos anos, o consumo do produto

O último dia da Envase Brasil | Brasil Alimenta, nesta sexta-feira, 29 de abril, tratou do tema Falando de vinho espumante dentro do programa Envase Experience. Vicente Puerta, presidente da Envase Brasil | Brasil Alimenta abriu a tarde de palestras lembrando que o setor vinícola foi o grande fomentador para trazer a feira para o Sul do Brasil a partir da década de 1990 com o objetivo de propagar as tecnologias para o setor vinícola. “Hoje a realidade é outra, as dificuldades são outras, mas cabe a nós superá-las por meio de trabalho, capacitação e qualidade”, destacou.

Adolfo Lona, sócio enólogo da vinícola Vinhos e Espumantes Adolfo Lona, tratou de apresentar um breve histórico, assim como a evolução e perspectivas futuras dos espumantes no Brasil. O empresário destacou que a oferta de espumantes no mercado brasileiro é muito grande, diferente de outros países como é o caso da Argentina, por exemplo. “Poucos países no mundo oferecem condições tão especiais à produção e o consumo de espumantes como o Brasil e isso assegura um futuro brilhante”.

Lona apontou que as regiões de maturação das uvas possibilitam a elaboração de vinhos nervosos, frescos e de limitada graduação alcóolica e enfatizou que a boa adaptação de variedades como Chardonnay, Pinot Noir, Merlot, Riesling e outras variedades garantem boa matéria-prima. O domínio das técnicas de elaboração, seja no método Charmat quanto Tradicional, viabilizam os bons níveis qualitativos dos espumantes.

O Case da Vinícola Guatambu: do sonho à sustentabilidade foi apresentado por Valter José Pötter, diretor proprietário da Estância Guatambu. Há 13 anos trabalhando com vinhos em Dom Pedrito (RS), o empresário destacou as favoráveis condições para o plantio de uva na região da Campanha, entre elas a climática.  Com  mais de 10 rótulos, o desafio, de acordo com Pötter, foi produzir bons espumantes. “Estamos indo muito bem, com bons produtos, consolidado no mercado, bem avaliados em vários concursos. Hoje representa pouco mais de 50% de nossas vendas”. A Guatambu produz espumantes apenas pelo método Champenoise.

Pötter também apresentou a concepção de seu completo enoturístico inspirado no estilo espanhol/colonial em uma área de três mil metros quadrados. Entre os diferenciais do empreendimento está o item sustentabilidade, utilizado em todos os aspectos.

Daniel Dalla Vale, diretor técnico de Enologia do Grupo Famiglia Valduga, tratou de abordar o sucesso dos espumantes da vinícola fundada em 1973 e também apresentou a consagração do espumante brasileiro. A Campanha Gaúcha, a Serra do Sudeste e a Serra Gaúcha são as três regiões de cultivo de uvas, com destaque para a Serra Gaúcha no quesito elaboração de espumante. “Em 1996 demos início à elaboração de pequenos lotes de espumante por meio do método clássico”, explica.

O grupo conta hoje com as marcas de espumantes Ponto Nero e Casa Valduga. Os espumantes do grupo Valduga representam 65% da produção total, sendo 60% por meio do processo Champenoise e 40% Charmat. “Os espumantes nos proporcionam um mercado melhor com volumes alternativos em comparação aos vinhos”.

Philippe Mevel, diretor de produção da Chandon do Brasil, apresentou um pouco da história de 40 anos da marca no país. Fundada desde 1973 em Garibaldi (RS), desde 1998 se dedica exclusivamente a produção de espumantes com 100% de vendas no mercado interno. São mais de três milhões de garrafas no segmento Super Premium.

De acordo com Mevel, a escolha pelo Brasil para implantação de uma filial Moët & Chandon foi motivada por ser um país populoso e em fase de crescimento econômico, de fronteiras fechadas e potencial qualitativo para espumantes. “Os trunfos da Chandon é sua marca forte, produto de qualidade e paixão. A Chandon acredita muito no Brasil e se orgulha de participar ativamente no crescimento e na consolidação do espumante nacional que caiu definitivamente no paladar do brasileiro”, ressaltou.

Rogério Oliva, diretor de relacionamento da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), apresentou as oportunidades de negócios no canal indireto – varejo independente. A entidade possui representatividade nacional em 27 estados e quatro mil associados.

Por fim, Daniel Asp Souza, industry leader da Nielsen Brasil, apresentou as tendências do mercado de bebidas e as tendências do consumidor brasileiro. Souza enfatizou que a economia caiu 4% entre 2014 e 2015 e isso tem impactado no consumo das famílias. “O consumidor, que sempre foi muito otimista, se mostra hoje com um dos menores índices de confiança. Há uma desaceleração no consumo”, alerta. Essa falta de confiança tem impactado também no consumo de bebidas alcoólicas e não alcoólicas. “Há uma retração generalizada, principalmente nos alcoólicos, após um 2014 bastante positivo”. De acordo com Souza, a promoção pode ser uma aliada, mas atentar para o período e a frequência, por exemplo, são importantes.

Foto: Gilmar Gomes

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