Vinhos brasileiros conquistam espaço cada vez maior no mercado interno

O brasileiro é muito conhecido pela criatividade de reinventar tudo e isso somado à diversidade climática de um país continental, garantiram ao Brasil uma vitivinicultura bastante original. Cada região produtora desenvolveu sua especialidade, criando rótulos recheados de cultura, tipicidade, além de sabores e aromas próprios que conquistam fatias cada vez maiores do mercado nacional.
 
Dados divulgados pela Wine Inteligence’s Brazil Landcapes 2017 mostram que o mercado de consumidores no Brasil saltou de 22 para 30 milhões. Embora ainda muito longe de alcançar o consumo dos vizinhos chilenos e argentinos, que consomem 17.46 litros e 23.46 litros respectivamente, o volume de consumo aqui no Brasil já chega a dois litros por pessoa no ano, com incremento de 15,85% entre 2014 e 2016 na compra de vinhos nacionais. A informação é do Ibravin (Instituto Brasileiro de Vinho).
 
Ainda de acordo com Ibravin, atualmente a produção de vinhos finos no Brasil chega a 10 mil hectares de uvas viníferas, divididos principalmente entre seis regiões: Serra Gaúcha, Campanha, Serra do Sudeste e Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul, Planalto Catarinense, em Santa Catarina e Vale do São Francisco, no Nordeste do país. São aproximadamente 150 vinícolas, espalhadas pelo país, que elaboram vinhos finos. A indústria vitivinícola brasileira é formada ainda por cerca de outras mil vinícolas, a maioria instalada em pequenas propriedades (média de 2 hectares por família), dedicando-se à produção de vinhos de mesa ou artesanais. Nessas condições, o Brasil se consolidou como o quinto maior produtor da bebida no Hemisfério Sul e, certamente, é um dos mercados que mais crescem.
 
Sobre a vinícola
 
A vinícola Villaggio Grando, que surgiu há cerca de 20 anos, está localizada em um terroir nos campos de altitude na região do distrito de Herciliópolis, município de Água Doce – SC, em um planalto de características ímpares de solo e clima, próprios para o desenvolvimento de vinhedos que resultam em uvas de características únicas. Detentora de notáveis 46 hectares – maior área de videiras plantadas do estado de Santa Catarina – a Villaggio Grando tem se destacado entre os produtores de vinhos nacionais conciliando o enoturismo e a fabricação dos vinhos. “O enoturismo está ganhando muita força, ano a ano. Em alguns casos, ele chega a representar até 30% do faturamento das vinícolas”, explica Guilherme Grando, diretor da vinícola.
 
 
Atualmente a Villaggio Grando produz 180 mil garrafas ao ano. A vinícola conta com uma grande variedade de rótulos, entre eles conceituados vinhos tintos e brancos, suco de uva integral, além de reconhecidos e premiados espumantes. 
 
O primeiro plantio da vinícola aconteceu em 1998, depois que um amigo francês da família Grando mexeu na terra e analisou o clima e a altitude de Água Doce, indicando que estava ali um local com grande potencial para a produção de vinhos de ponta. Os locais para implantação foram escolhidos a partir de inúmeras pesquisas que englobam: ventos, localização, solo, altitude, umidade e, principalmente, adaptação e qualidade da planta e da uva. Com o inverno rigoroso e o clima bem definido para cada estação, é possível uma maturação lenta dos cachos, proporcionando colheitas apenas no mês de maio, para todos os vinhos. Exceto pelos produtos de colheita tardia, que ficam para junho, após as primeiras geadas. O resultado? Vinhos bem estruturados e de vida longa.
 
Segundo Guilherme, a Villaggio não para de investir em pesquisas e estudos, prevendo para 2018 uma produção recorde de 200 mil garrafas, o que representará à marca um excelente resultado depois dos últimos dois anos, que tiveram resultados comprometidos por causa de uma geada tardia em 2015. “Estamos nos reinventando sempre. Há poucos meses lançamos um vinho de pequeno lote, com apenas 3.500 unidades, buscando novos nichos, novos consumidores. E não vamos parar por aí! Temos projetos de novos rótulos que, assim como o Marilla (vinho que homenageia a filha do fundador da vinícola), também vão surpreender”, acrescenta.

 

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